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Devocional: “O Sacerdote Perfeito” (Breve Catecismo, pergunta 25)

Pergunta 25 (Breve Catecismo): Como exerce Cristo as funções de sacerdote?
Resposta: Cristo exerce as funções de sacerdote, oferecendo-se a si mesmo uma vez em sacrifício, para satisfazer a justiça divina, reconciliar-nos com Deus e fazendo contínua intercessão por nós (Hb 9.28; Rm 3.24-26; 10.4; Hb 2.17; 7.25).

Para compreendermos o significado do sacerdócio de Cristo, precisamos entender que, no Antigo Testamento, o sacerdote era a pessoa responsável por representar o povo diante de Deus. Ele tinha o dever de apresentar as suas próprias ofertas e as de toda nação perante o Senhor. Por isso, ele precisava ser o mais perfeito possível, ou seja, sua vida tinha de ser completamente ilibada, livre de todo e qualquer pecado. Contudo, sabemos que não o era assim. Além disso, o sacerdote apresentava as ofertas diariamente no altar de Deus. Dia após dia, ele oferecia os sacrifícios. O autor de Hebreus resume bem essa verdade: “Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados” (Hb 10.11). Portanto, o papel do sacerdote era representar o povo, com adoração sacrificial, perante Deus.
Ao contrário dos sacerdotes do Antigo Testamento, Cristo fez-se o nosso Sacerdote perfeito e a nossa única oferta. Neste sentido, ele é a “oferta” e o “ofertante”, ao mesmo tempo. O texto de Hebreus ainda diz: “Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus” (Hb 10.12). E ainda: “Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu… Pois aqueles animais cujo sangue é trazido para dentro do Santo dos Santos, pelo sumo sacerdote, como oblação pelo pecado, têm o corpo queimado fora do acampamento. Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta” (Hb 7.26-27; 13.11-12).
O autor de Hebreus faz uma síntese inspiradamente perfeita ao demonstrar que Jesus assumiu aquela função da velha aliança. Ele se tornou tanto a oferta, quanto o ofertante em nosso lugar. Assim a sua obra é única, perfeita e eterna.
Portanto, cabe-nos agradecer a Deus pela vida e obra de Jesus Cristo, o nosso perfeito e único sumo sacerdote. Ele fez o que nós não poderíamos fazer. Além disso, Jesus continua cumprindo o seu ofício de sacerdote ao interceder continuamente, em oração, por todos nós diante do Pai. Em Cristo podemos ter a certeza de que Deus recebe a nossa adoração de forma plena e perfeita.

Rev. André Silverio